Incoerência na Política de Viamão: Vereadora Duda Peres (PSDB) se contradiz ao votar contra cassação de prefeito condenado por violência contra a mulher

A política viamonense tem sido palco de episódios que revelam profundas contradições entre discurso e prática. A vereadora Duda Peres (PSDB), que recentemente aprovou o encaminhamento de uma moção de repúdio à violência contra a mulher no município, encontra-se no centro de uma polêmica que levanta questionamentos sobre sua coerência política e compromisso real com a causa feminina.
No início deste mês, Duda Peres apresentou e aprovou com o apoio da Câmara uma moção de repúdio com base nos dados alarmantes de violência contra a mulher registrados em Viamão no ano de 2024. A iniciativa, à primeira vista, demonstrava sensibilidade e engajamento com uma pauta urgente e necessária.
Contudo, na sessão realizada no dia 22 de abril, a mesma vereadora votou pelo arquivamento do pedido de cassação do mandato do prefeito Rafael Bortoletti (PSDB), condenado judicialmente a mais de 9 anos de prisão por crimes cometidos contra uma mulher. A decisão causou perplexidade entre movimentos sociais, militantes da causa feminina e parte da população viamonense.
A incoerência entre o discurso da vereadora e suas ações práticas levanta dúvidas sobre os reais interesses que estão em jogo. Especialistas em política local apontam que o voto de Duda Peres pode estar mais alinhado com a manutenção de alianças partidárias e estratégias eleitorais do que com um compromisso efetivo com os direitos das mulheres.
Em um momento em que a violência de gênero atinge índices preocupantes, espera-se que as lideranças políticas atuem com responsabilidade, coerência e coragem para enfrentar o problema em todas as suas frentes – inclusive quando envolve aliados políticos. Ao optar por proteger um correligionário condenado por violência contra a mulher, a vereadora Duda Peres transmite uma mensagem perigosa: a de que o combate à violência de gênero pode ser flexibilizado em nome de conveniências políticas.
O caso revela, mais uma vez, como a luta pelos direitos das mulheres ainda é tratada por muitos agentes públicos como uma bandeira meramente simbólica, usada quando conveniente e descartada quando conflita com interesses partidários.