No dia 24 de abril, a Câmara de Vereadores de Viamão deu uma aula de hipocrisia e covardia. Por 15 votos contra apenas 5, foi rejeitada uma Moção de Apoio e Solidariedade a uma mulher vítima de crime contra a dignidade sexual e honra, praticado pelo atual prefeito Rafael Bortoletti, condenado criminalmente pela Justiça Gaúcha.

O requerimento foi apresentado pela suplente de vereadora Paula Tavares da Silva, do PDT, que ao assumir seu mandato teve a coragem de fazer o mínimo: estender a mão a uma vítima de violência. Mas em Viamão, solidariedade parece ser um artigo raro.

Entre os que votaram contra, a decepção ficou ainda maior com a atitude da vereadora Duda Peres, do PSDB. O qual dias depois, Duda participava de evento na Assembleia Legislativa com o título “Feminicídio: Soluções e Alternativas para o Enfrentamento deste Crime”. O que faz num dia, desmente no outro, traindo sua fala, traiu as mulheres e traiu os princípios que fingiu defender. Votou contra uma vítima para proteger um político condenado.

“A máscara caiu de vez. Nas redes sociais, Duda Peres gosta de posar de defensora das mulheres. No plenário, na hora de agir, ficou ao lado do agressor e virou as costas para quem mais precisava de apoio.” Disse Dona Maria Clair, moradora do Valença.

A base aliada do prefeito mostrou que a prioridade em Viamão não é a dignidade, não é a justiça, muito menos o respeito às mulheres. A prioridade é proteger o poder e abafar as vozes de quem ousa denunciar.

Movimentos sociais, ativistas e defensores dos direitos humanos repudiaram a vergonha pública protagonizada dentro da Câmara de Viamão. O episódio deixou claro quem realmente luta pelas mulheres e quem apenas usa o discurso para se promover.

Enquanto políticos covardes se protegem uns aos outros, mulheres seguem sendo silenciadas, violentadas e traídas.